MUSEO DOLORES OLMEDO, A OUTRA CASA DE FRIDA KAHLO
Por Carmen Garrez*
Chegando a cidade do México tratei de contatar um táxi para levar-me ao sonhado Museo Frida Kahlo. Seu Fernando Flores foi o taxista indicado pelo hotel onde eu estava hospedada, como uma pessoa de extrema confiança para levar-me até o Museo de Frida e o de Diego Rivera, localizado em Coyoácan. Seu Flores, muito simpático e conversador, apaixonado e estudioso da obra de Frida Kahlo, foi uma agradável companhia, pois contou-me vários momentos da vida desses dois importantes artistas, fatos que não costumamos ler nos livros de arte. Narrou ainda a importância política e a influência atuante de Diego para conseguir a medicação e anestésicos para amenizar a terrível dor final de Frida. Percebi o endeusamento de ambos.
Após a tocante visita ao Museo de Frida Kahlo, ele anunciou que me levaria a um museu extremamente importante e que continha grande coleção das obras de Frida e Diego.
Agradeci, sem imaginar a surpresa que me aguardava. Deparei-me com grandioso acervo, cujas obras, de certa forma, registravam a via crucis da pintora mexicana. Foi surpresa, também, constatar que se encontravam lá as pinturas que eu já conhecia através dos livros de arte. Deixo registrado aqui que as fotos das telas de Frida que ilustram esta crônica foram tirados da internet, pois era proibido fotografar o acervo.
Dolores Maria Olmedo Patiño foi grande amiga de Diego e Frida. O museu, que leva seu nome, foi constituído para abrigar as obras, tanto de Frida quanto de Diego. A pedido do próprio Rivera, após a morte de Frida, Dolores tratou de comprar obras que se encontravam espalhadas pelo mundo e trazê-las de volta ao México.
Localizado em Xochimilco, no sul da cidade do México, o Museo Dolores Olmedo Patiño tem como função principal dar a conhecer a coleção privada mais importante e difundir a produção artística de Diego Rivera, integrada por 137 trabalhos do muralista e pintor. Vinte e cinco obras relevantes de Frida Kahlo e 43 de Angelina Beloff. Contém ainda extensa evaliosa coleção com mais de 600 peçaspré-hispânicas procedentes de diversas culturas indígenas antigas do país, móveis e objetos da época e uma singular coleção de peças de artes populares, incluindo cerâmica, vidros, máscaras e lacas, entre outras criações, produto da sensibilidade anônima, na a maioria dos casos de povo mexicano.
Na vista à Casa Azul minha grande emoção foi estar no seu ateliê,na presença do cavalete, das tintas, cadeira de rodas. Outra emoção (esta mais forte) foi visitar os aposentos de FridaKahlo. Suas camas… Uma onde pintava e outra onde dormia. Enfim, adentrar àquele universo íntimo foi uma experiência inesquecível. Era como estar dentro da “vida” de Frida.
Confesso que saí um pouco frustrada da Casa Azul pelo fato de não ter visto as obras de Frida que eu sonhara ver. Entretanto, conhecer o Museo Dolores Olmedo foi a experiência que faltava para encerrar com chave de ouro a “entrada” no mundo de Frida Khalo.
*Arquiteta e artista plástica. Mora em Pelotas
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